Um clima com verões muito quentes e secos e invernos extremamente rigorosos com ventos gélidos e agressivos quando sopram da Serra da Estrela permitem, à Região Demarcada do Vinho do Dão, com solos na sua maioria graníticos, produzir um vinho que concorre directamente com o que de melhor se produz em Portugal e, porque não, em Bordéus.
Nos brancos, castas como o Encruzado, fazem a diferença produzindo vinhos de fino recorte técnico com grande elegância, complexos aromas, imbuídos de paladares a frutos de pomar e grande mineralidade.
A sua cor citrina, a sua delicadeza, com enorme equilíbrio entre álcool e acidez, a que associamos a sua capacidade para o envelhecimento, tornam-se surpreendentes para quem o prova pela sua frescura e pela certeza de que estamos na região onde o Encruzado tem primazia e melhor qualidade e desenvolvimento.
Nos tintos, nunca será demais dar uma ênfase especial ao Touriga Nacional, sem margem para dúvidas a mais internacional das castas portuguesas.
E falando do Touriga Nacional, elogiar todo o trabalho, toda a investigação, todo o empenho que os nossos técnicos e em especial a Quinta da Cal tiveram, de modo a que clones de elevada categoria tenham chegado a todo o mundo, mundo esse que desconhece esse esforço e nem sequer sabe que a Quinta da Cal está situada no Coração do Dão, em Nelas,no Distrito de Viseu, em Portugal.
A quantidade de aromas que a Touriga Nacional apresenta e que vai dos frutos silvestres à esteva, permite-nos afirmar que, em produção mono casta ou associado em percentagem variável com outras castas, pode rivalizar em qualquer parte do mundo com qual outra das castas mais utilizadas.
Como disse, associado ao Alfrocheiro, Tinta Roriz (Aragonês) e Jean, em percentagens que variam conforme a sub-região e local e de acordo com a criatividade e engenho dos enólogos das diferentes quintas, o Vinho do Dão merece ser provado, apreciado, bebendo-o com tudo ou, sem nada. De preferência bebê-lo ao sabor de uma serena cavaqueira.
25 de Setembro de 2009
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